DESTINO
Todo dia, à beira do querido Tejo, eu me sento.
No vento, de Amália, chega-me uma melodia.
Ela toca-me a alma com seus sofridos versos,
que louvam, docemente, as belezas do Universo.
Canto com ela... baixinho canto... um acalanto...
me encanto... e desejo tanto nesta mesma hora
levantar-me sem demora e ir num barco branco,
por fim... de encontro a um destino saltimbanco
e incerto. Perder-me...viajor sem um rumo certo.
Desnortear a bússola, atrever-me a tudo descobrir
e, sem pavor nenhum, um roteiro qualquer seguir.
A canção cresce... sobe e, por dentro, me agita,
pois - por dentro - há uma dor muito conhecida.
Desoriento-me feito um hiato ou uma despedida,
imaginando todos os lenços de todas as partidas.
Rei dos exílios, do desterro e do ostracismo
- eu sonho (aqui solitário)... sonho e cismo -,
forte é minha atração pelos internos abismos.
Quando (a meus pés) sinto a água fria a subir,
eu meio que acordo... eu me ergo... então saio,
pois é hora de ir...voltar a mim...triste a sorrir.
Percebo que ali, assim, é que eu sempre divago,
perdido, calado, obstinado, ainda não civilizado.
Sei que outra tarde acabou, passou...se perdeu...
Vexado e apressado, coloco a culpa nesses fados:
- O de Amália ... e o meu!!!
Silvia Regina Costa Lima
9 de junho de 2008
**Teacher, para você que me fez apreciar fados
e me ofereceu muitos deles de presente este mês
** Na foto, o Tejo
Obrigado MA REINE.
Você soube colocar em versos, mesmo não sendo portuguesa com certeza, a alma de todo um povo, sabia? Você retrata com incrível beleza o amor do lusitano pelo mar, pelo Tejo:
"Olho o Tejo, e de tal arte Que me esquece olhar olhando, E súbito isto me bate De encontro ao devaneando — O que é sério, e correr? O que é está-lo eu a ver?"(F. Pessoa)
Amália representa a alma do povo, na sua voz a
"Canoa de vela erguida Que vens do Cais da Ribeira, Gaivota que anda perdida Sem encontrar companheira, O Vento sopra nas Fragas, O Sol parece um morango E o Tejo baila com as vagas A ensaiar um fandango" (Fred. de Brito)
traz a vida diária das gentes que vivem à beira dos cais e a descrição do fado:
"Almas vencidas, Noites perdidas, Sombras bizarras; Na Mouraria Canta um rufia, choram guitarras. Amor, ciúme, Cinzas e lume, Dor e pecado. Tudo isto existe, Tudo isto é triste, Tudo isto é fado." (F. Carvalho/Anibal Nazaré).
Precisei de tudo isso para dizer-lhes que minha querida amiga, mesmo não sendo portuguesa, deixou-me emocionado, cantou em versos minha forte ligação com Portugal.
Não é por ter sido dedicado a mim, mas sim por tratar-se de um lindíssimo poema.
Beijos com brisas vindas do Tejo.
"Olho o Tejo, e de tal arte Que me esquece olhar olhando, E súbito isto me bate De encontro ao devaneando — O que é sério, e correr? O que é está-lo eu a ver?"(F. Pessoa)
Amália representa a alma do povo, na sua voz a
"Canoa de vela erguida Que vens do Cais da Ribeira, Gaivota que anda perdida Sem encontrar companheira, O Vento sopra nas Fragas, O Sol parece um morango E o Tejo baila com as vagas A ensaiar um fandango" (Fred. de Brito)
traz a vida diária das gentes que vivem à beira dos cais e a descrição do fado:
"Almas vencidas, Noites perdidas, Sombras bizarras; Na Mouraria Canta um rufia, choram guitarras. Amor, ciúme, Cinzas e lume, Dor e pecado. Tudo isto existe, Tudo isto é triste, Tudo isto é fado." (F. Carvalho/Anibal Nazaré).
Precisei de tudo isso para dizer-lhes que minha querida amiga, mesmo não sendo portuguesa, deixou-me emocionado, cantou em versos minha forte ligação com Portugal.
Não é por ter sido dedicado a mim, mas sim por tratar-se de um lindíssimo poema.
Beijos com brisas vindas do Tejo.
enviado por Gilberto Gaspar
para o texto: "DESTINO" - Silvia Regina
(T1029853)em 11/06/2008 22:53
Com a palavra os Poetas Portugueses do Recanto:
HENRICABILIO
FERNANDO REIS COSTA
Tera Sá
em 13/06/2008 19:56
para o texto: "DESTINO" - Silvia Regina
(T1029853)em 11/06/2008 22:53
Com a palavra os Poetas Portugueses do Recanto:
HENRICABILIO
Senti a maresia
do Tejo
e o fado em nostalgia
tal
como um beijo
de Portugal!...
Um abraçooo luso!
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina
(T1029853) em 12/06/2008 10:53
do Tejo
e o fado em nostalgia
tal
como um beijo
de Portugal!...
Um abraçooo luso!
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina
(T1029853) em 12/06/2008 10:53
FERNANDO REIS COSTA
Minha amiga Silvia Regina...
Não tenho palavras para comentar este magistral poema!
É das coisas mais belas que tenho lido.
Como ser humano, sensível e português,
limito-me a dizer apenas: MARAVILHOSO! OBRIGADO!
***Um beijo rosa*** Fernando
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina
11/06/2008 20h38-
Lucibei
Não tenho palavras para comentar este magistral poema!
É das coisas mais belas que tenho lido.
Como ser humano, sensível e português,
limito-me a dizer apenas: MARAVILHOSO! OBRIGADO!
***Um beijo rosa*** Fernando
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina
11/06/2008 20h38-
Lucibei
Regina ,
o teu poema que achei de muito boa qualidade.
Aliás como já foi referido em outros comentários,
parece mesmo que v és portuguesa, pois conheces
a nossa realidade e cultura.
Parabéns. Beijo enorme.
o teu poema que achei de muito boa qualidade.
Aliás como já foi referido em outros comentários,
parece mesmo que v és portuguesa, pois conheces
a nossa realidade e cultura.
Parabéns. Beijo enorme.
Oh, Sílvia,
o seu fado embalou-me!! Senti a cadência dolente,
a alma rasgada, o traço do destino...
senti perpassar a saudade do que não viu,
do que não vive, mas dá para sentir...
será deste mar, que nos une??
A água (desse mar) é bom condutor de som, não é?
Por isso... Linda, obrigada... por amar o fado...
Um beijo!
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Reginao seu fado embalou-me!! Senti a cadência dolente,
a alma rasgada, o traço do destino...
senti perpassar a saudade do que não viu,
do que não vive, mas dá para sentir...
será deste mar, que nos une??
A água (desse mar) é bom condutor de som, não é?
Por isso... Linda, obrigada... por amar o fado...
Um beijo!
em 13/06/2008 19:56
Poeta sedutor
Olá Gostei, linda
o " Destino" o Tejo, o rio minha paixão, foto tirada no parque da nações, como púbico atento ao fundo escutando estas rimas, a ponte Vasco da Gama, acompanhada com os fados uma diva que tive o privilegio de conhecer a Amália Rodrigues.
Gostei muito.
Tão bom encontrar gente com sensibilidade do nosso cantinho Português, admiro o povo Brasileiro, onde sou acolhido com muito carinho…
Um Abraço
José Joaquim Santos
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina
SUSANA CUSTÓDIO
para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina (T1029853)
Enviado por em 15/06/2008 18:21
Para Leon:
o " Destino" o Tejo, o rio minha paixão, foto tirada no parque da nações, como púbico atento ao fundo escutando estas rimas, a ponte Vasco da Gama, acompanhada com os fados uma diva que tive o privilegio de conhecer a Amália Rodrigues.
Gostei muito.
Tão bom encontrar gente com sensibilidade do nosso cantinho Português, admiro o povo Brasileiro, onde sou acolhido com muito carinho…
Um Abraço
José Joaquim Santos
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina
SUSANA CUSTÓDIO
Silvia,
seu poema fez-me encher os olhos de lágrimas,
o Rio Tejo é a minha referência da infância pois
morava de frente para ele.
Mesclou o seu poema com o Tejo o Fado a Vida
realmente como outros aqui disseram
parece uma portuguesa.
A sua sensibilidade é magistral,
os meus parabéns por esta maravilha.
Beijinhos
seu poema fez-me encher os olhos de lágrimas,
o Rio Tejo é a minha referência da infância pois
morava de frente para ele.
Mesclou o seu poema com o Tejo o Fado a Vida
realmente como outros aqui disseram
parece uma portuguesa.
A sua sensibilidade é magistral,
os meus parabéns por esta maravilha.
Beijinhos
para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina (T1029853)
Enviado por em 15/06/2008 18:21
Silvia foi um prazer te encontrar em meu jardim, agora mais alegre,tem mais uma linda flôr!!
Ninguém diria que não é portuguesa,descreve com alma e coração,fado, tejo, amália!
Adorei de coração teu cantinho.
Tenho miminho para ti volta,espero não ter feito mal,mas sou assim.
Beijinhos de coração
17/06/2008 14h29
**
Ninguém diria que não é portuguesa,descreve com alma e coração,fado, tejo, amália!
Adorei de coração teu cantinho.
Tenho miminho para ti volta,espero não ter feito mal,mas sou assim.
Beijinhos de coração
17/06/2008 14h29
**
Minha amizade lhe ofereço
Sentada na beira do Tejo.
O destino mostrou-me você
e agora eu já sei porque...
Silvia Regina
Silvia no recanto te encontrei
o tejo foi a nossa ligação
De Portugal aqui cheguei
O destino terá sua razão.
Sua amizade irei retribuir
Agradecendo sua gentileza,
Sempre em poemas sorrir
Bem á maneira portuguesa!
Leon
Évora,
17-06-2008
Eber Honório Felipe
Adoro estar na beira do Tejo... molhar os pés .... sentar no chão e ouvir uma música que vem das Docas...
Magia pura!
Abraços...
19/06/2008 18h45
edson gonçalves ferreira
Enviado para meu texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) (T1029853) em 20/06/2008 15:34
Zé Albano
Magia pura!
Abraços...
19/06/2008 18h45
edson gonçalves ferreira
Meu coração abriu suas velas
Naveguei nas águas profundas dos teus versos
Revivendo o sonhos das antigas caravelas
Todos os reis ancestrais se levantaram
E o rei Dom João gritou doutroras grandezas
Quem é esse poeta atrevido que ousa me acordar?
E o vento que empurra as minhas velas, respondeu:
É uma ave da terra nova, tocado pela melancolia do fado
Embalado por uma poetisa sonhadora
Que acordou até Luiz Vaz de Camões!
Parabéns, Edson G. Ferreira
Naveguei nas águas profundas dos teus versos
Revivendo o sonhos das antigas caravelas
Todos os reis ancestrais se levantaram
E o rei Dom João gritou doutroras grandezas
Quem é esse poeta atrevido que ousa me acordar?
E o vento que empurra as minhas velas, respondeu:
É uma ave da terra nova, tocado pela melancolia do fado
Embalado por uma poetisa sonhadora
Que acordou até Luiz Vaz de Camões!
Parabéns, Edson G. Ferreira
Enviado para meu texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) (T1029853) em 20/06/2008 15:34
Zé Albano
Amália, Tejo e Fado...!
A magia de Lisboa patente num poema com uma magia de encantar.
Parabéns por comungares comigo o gosto pela cidade alacinha como nós dizemos por aqui,
Àh! E o teu fado! Diz-me se te posso escrever um?
Parabéns e beijocas.
A magia de Lisboa patente num poema com uma magia de encantar.
Parabéns por comungares comigo o gosto pela cidade alacinha como nós dizemos por aqui,
Àh! E o teu fado! Diz-me se te posso escrever um?
Parabéns e beijocas.
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo
(T1029853)em 21/06/2008 13:24
Concha Rousia
(T1029853)em 21/06/2008 13:24
Concha Rousia
Teus versos de água percorrem as margens dos olhos leitores tristes da alegria, tal é a saudade daquilo que cantas...
tal como a Amália, cuja voz ainda ecoa na cima das montanhas, e baixa aos vales, e sopra as faluas que no Tejo portam a alma dos poetas.
Obrigada por esta homenagem ao Tejo querida amiga...,
eu, mesmo sendo daqui do outro lado do Minho, amo o Tejo,
e amei o poema.
tal como a Amália, cuja voz ainda ecoa na cima das montanhas, e baixa aos vales, e sopra as faluas que no Tejo portam a alma dos poetas.
Obrigada por esta homenagem ao Tejo querida amiga...,
eu, mesmo sendo daqui do outro lado do Minho, amo o Tejo,
e amei o poema.
Enviado para o texto: "DESTINO" (à beira do Tejo) - Silvia Regina (T1029853)
em 24/10/2008 12:35
Enviado por em 14/11/2008 21:19
________________________________________
- 06/03/2015 06:36 - Anna DCastro
Oi Silvia Regina vi este poema no Face, na Revista Poesia Legal e queria comentá-lo, mas estava 'entremeado' com outra bela poesia da Toscana... então resolvi passar por aqui pois tb tenho o meu cantinho aqui no Recanto!Eu sou de Lisboa (apesar de morar no Rio de Janeiro) e a maior parte da minha vida foi passada à Beira do Tejo e do outro lado desse rio que sempre me fez sonhar e tanto motivou os sonhos navegantes dos nossos avós...O poema é belíssimo com a dose de nostalgia a que nos remete essa parte Lisboeta... o rio... o fado triste e magoado e o destino!Parabéns por este poema que me transportou até ao outro lado do Atlântico e me fez sonhar novamente com uma noite de fados no Bairro Alto..."Lisboa adormeceu, já se acenderam// Mil velas nos altares das colinas// Guitarras pouco a pouco emudeceram// Cerraram-se as janelas pequeninas.// Lisboa dorme um sono repousado// Nos braços voluptuosos do seu Tejo// Cobriu-a a colcha azul do céu estrelado// E a brisa veio, a medo dar-lhe um beijo..."Este foi apenas um trechinho do Fado 'LISBOA À NOITE'... cantado pelos saudosos Amália Rodrigues e Tony de Matos e que de vez em quando eu dou algumas 'canjas' em eventos de música e poesia!Mais uma vez parabéns Silvia Regina por este poema que me fez reviver a minha Lisboa e o seu Tejo...Beijos no seu coração
Para o texto: À BEIRA DO TEJO - (DESTINO) - Silvia Regina (T1029853)
em 24/10/2008 12:35
PoetaGalega
Você descobre o Tejo no seu poema,
viagem inversa que sente a mesma saudade.
Tejo de águas de exílio, sim, de águas que
não voltam mais.
Mas as pessoas e os poemas, esses podem voltar.
Abraço.
Você descobre o Tejo no seu poema,
viagem inversa que sente a mesma saudade.
Tejo de águas de exílio, sim, de águas que
não voltam mais.
Mas as pessoas e os poemas, esses podem voltar.
Abraço.
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- 06/03/2015 06:36 - Anna DCastro
Oi Silvia Regina vi este poema no Face, na Revista Poesia Legal e queria comentá-lo, mas estava 'entremeado' com outra bela poesia da Toscana... então resolvi passar por aqui pois tb tenho o meu cantinho aqui no Recanto!Eu sou de Lisboa (apesar de morar no Rio de Janeiro) e a maior parte da minha vida foi passada à Beira do Tejo e do outro lado desse rio que sempre me fez sonhar e tanto motivou os sonhos navegantes dos nossos avós...O poema é belíssimo com a dose de nostalgia a que nos remete essa parte Lisboeta... o rio... o fado triste e magoado e o destino!Parabéns por este poema que me transportou até ao outro lado do Atlântico e me fez sonhar novamente com uma noite de fados no Bairro Alto..."Lisboa adormeceu, já se acenderam// Mil velas nos altares das colinas// Guitarras pouco a pouco emudeceram// Cerraram-se as janelas pequeninas.// Lisboa dorme um sono repousado// Nos braços voluptuosos do seu Tejo// Cobriu-a a colcha azul do céu estrelado// E a brisa veio, a medo dar-lhe um beijo..."Este foi apenas um trechinho do Fado 'LISBOA À NOITE'... cantado pelos saudosos Amália Rodrigues e Tony de Matos e que de vez em quando eu dou algumas 'canjas' em eventos de música e poesia!Mais uma vez parabéns Silvia Regina por este poema que me fez reviver a minha Lisboa e o seu Tejo...Beijos no seu coração
Para o texto: À BEIRA DO TEJO - (DESTINO) - Silvia Regina (T1029853)