PARA AS DONZELAS QUE NUNCA VI

PARA AS DONZELAS

QUE NUNCA VI

(spovoa-poemas

experimentais)

Deixa eu cantar, senhora bela

quem sabe meu canto,

chega à tua janela,

Cantar q’nem menino,

apaixonado, canta

para a sua donzela

Talvez como Gonzaga:”- eis

que se me embranquecem os

cabelos e minha Marilia não vem!!

ou Pedro para sua Domitila:

“tão longe, de mim distante,

onde irá,onde irá teu pensamento”

Quiçá como Pery para sua Cecy

às margens do Paquequer

onde o verde chamava para o amor.

Ou cantarei como Cyrano à

sua Roxana e morra d’amores

rasgando o peito tão humano.

Deixa eu cantar como o uirapuru

sozinho na mata imensa

roído por solidão intensa

Ele canta, talvez porque faz bem

e seu lamento chegue

aos ouvidos do seu alguém.

Senhoras Donas Donzelas

Senhoras Donas Meninas

sonho cruel que não se finda.

Para vós,a alegria do menestrel antigo:

“encontrei meu bem lá no jardim

apanhando flor p’ra jogar em mim.

“Bem sabe que já sou seu,

apanhou flor,

p’ra jogar n’eu.

SSPóvoa
Enviado por SSPóvoa em 09/08/2009
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T1745229
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