PARA AS DONZELAS QUE NUNCA VI
PARA AS DONZELAS
QUE NUNCA VI
(spovoa-poemas
experimentais)
Deixa eu cantar, senhora bela
quem sabe meu canto,
chega à tua janela,
Cantar q’nem menino,
apaixonado, canta
para a sua donzela
Talvez como Gonzaga:”- eis
que se me embranquecem os
cabelos e minha Marilia não vem!!
ou Pedro para sua Domitila:
“tão longe, de mim distante,
onde irá,onde irá teu pensamento”
Quiçá como Pery para sua Cecy
às margens do Paquequer
onde o verde chamava para o amor.
Ou cantarei como Cyrano à
sua Roxana e morra d’amores
rasgando o peito tão humano.
Deixa eu cantar como o uirapuru
sozinho na mata imensa
roído por solidão intensa
Ele canta, talvez porque faz bem
e seu lamento chegue
aos ouvidos do seu alguém.
Senhoras Donas Donzelas
Senhoras Donas Meninas
sonho cruel que não se finda.
Para vós,a alegria do menestrel antigo:
“encontrei meu bem lá no jardim
apanhando flor p’ra jogar em mim.
“Bem sabe que já sou seu,
apanhou flor,
p’ra jogar n’eu.