NÃO SEI COMO SE FAZ
NÃO SEI COMO SE FAZ
Beijos perfumados de uma pérola,
Ou um ósculo no coração, como diz a dama cigana
Na verdade não sei como se faz, pois so me ensinaram
A beijar as chagas das imagens do cristo, ou a pomba
Do divino nas folias de minha terra, lá das vilas boas dos
Dos goiases onde a colina da santa bárbara conta
Histórias dos amores antigos nas tardes quentes da serra dourada.
Pensei que aprenderia sobre perfumados e nos corações
No frio amanhecer das araucárias, onde o orvalho
Forma as suas gotas azuis nas suas grimpas, antes que
O sol venha esquentar a flor do lótus, cuidada n’algum jardim
Repleto de azuis hortênsias lembrando o azul do céu.
Do Cuiabá vem a cantilena da payaguá brincando alegre
No rio vermelho para depois deixar seu corpo de rapadura
e mel dourar nas areias quentes do garças, que morre de
amores com o Araguaia menino correndo no por onde
passeiam as emas e servem de morada para o negro d’agua
que fica alegre com o bater dos remos das montarias
que descem faceira zingando as águas encantadas.
Então, juro, vou aprender tudo sobre os beijos,
Seja lá onde for.