EU QUERIA ESCREVER UMA POESIA
EU QUERIA ESCREVER UMA POESIA
Sem retórica, nem figuras de linguagem
E muito menos parábolas ou falácias ,para
Ser pura como uma flor que nasce na
Madrugada antes do sol nascer e que venha
Molhada do orvalho formando gotículas
Nas folhas como brilhantes azuis.
Mas como tecerei um poema sem falar
Das rosas margaridas e até das dálias
Regadas pelas fadas , adubadas pelos[
Duendes e colhidas pelos sacis pereres
Em noite de lua bonita para enfeitar
O recanto da mãe d’agua.
Eu queria escrever sobre a cigana
que espalha brincos de princesas
nos ramos mais altos do tamboril,
donde se tira a madeira p’ra fazer uma gamela
onde farei bolo de arroz e depois come-los
com chá de erva cidreira colhida no quintal
das minhas irmãs falenas e borboletas
onde o mestre pai do mato cura as feridas
de um lobisomem velho e alquebrado.
Então pedirei garupa à minha
parceira mula sem cabeça e irei com ela
brincar de ciranda numa varanda do céu.
Bem que eu queria!