MODINHA PARA VOSMECÊ
MODINHA PARA VOSMECÊ
Passastes por lá com vossos pezinhos de nuvens
nem vistes que era o lugar d'onde fadinhas e
duendes brincam nas tardes mornas
sem medo das lembranças mortas.
Como vós, são leves, diáfanas
com suas asas de libélulas
brilhantes como o brilhante
do vosso olhar.
"Cachoeira das Recordações!"
murmuram os fantasmas
dos tempos muito antigos; "
das águas das lembranças !"
repetem negros d'água
e o saci pererê, atiçando a brasa do pito;
enquanto chamam o vento
com o assobio dessa nação de visagens.
O vento chega ligeirinho martelando
as rochas onde, com o cinzel dos tempos,
gravei vosso nome no altar da eternidade.
Passastes faceira como as borboletas também o são;
Nem parastes, nem dissestes nada.
Simplesmente voastes numa camada tênue do vento
prometendo que voltarás
na garupa de um cavalo branco.