DAMA FLOR/KÁTIA PÉROLA
Moça,seja apenas Dama das Flores
Sem nome, sem rua, sem casa ou jardim
Mas apenas uma sombra sem cores
Nem dália, margarida, rosa ou jasmim.
Nem sussurre o seu nome ao vento
Nem me conte quem você é
Deixa-me ficar, triste, cálido, sem alento
Apenas com a lembrança de que é mulher.
Não diga que é Dália,colorida e uniforme
Muito menos Margarida,flor florida
Mas não seja Rosa,perfeita, grandiosa, enorme
Nem Amor Perfeito, suave, tão querida.
Talvez Açucena,roxa,triste
Pequenina, delicada, quase nada
Qual do rosto pálido onde o sonho inexiste
Leve sopro de brisa que se acaba.
Não, Dama das Flores
Não me diga seu nome
Deixa eu ficar com meus amores
Cercado desta espera que me consome.
Sei que Você vai embora
Não me levará, inda não
Que importa, então, que fique agora
Compondo versos que se perdem na amplidão.
Minha Dama das Flores
Não me diga o seu nome
Nem fale dos perdidos amores
Nem da desesperança que a consume
Se tudo é vazio, fútil
Nesta eternidade inútil.