DEVANEIOS DO SÁBIO COXO
EM DOIS MOMENTOS CONVEXOS

Tem um sábio coxo percorrendo as ruas
Com os olhos tortos, olhando o mundo
Pelas frinchas das portas nuas
Olhando o capeta num buraco imundo.

Sábio poeta cuspindo no céu
Molhando as nuvens de saliva
Para chover um mundaréu
Sobre toda criatura viva.

Sábio velho, bruxo, talvez poeta
A perna torta para enganar as donzelas
Não sabendo que ele é um esteta
Não lhe dão paz, pelas suas janelas.

Desprezando, tem na face um sorriso triste
Apaixonado, nega a sua sina
Verbera contra o mundo de dedo em riste
Contra a solidão enorme que não termina.

Entretanto olha com o olho torto,
mulheres nuas atrás da porta. 

O PREÇO

IMPUNIDADE!
PALAVRA QUE GEROU LÁ NO SERTÃO,
VIRGULINO FERREIRAO SOFRIDO,
TRISTE FAMOSO E TRAIDO LAMPIÃO.

IMPUNIDADE,
VERDADE QUE DA BASTILHA
GEROU NAPOLEÃO
QUE DOS POBRES, SEGUIA A TRILHA

IMPUNIDADE!
VERDADE QUE GEROU XAMBIOÁ
DE INOCENTES ESTUDANTES
E ROCEIROS, SEM FARINHA NO SAPIQUÁ.

IMPUNIDADE
QUE O POETA PENSADOR CANTA
SERÁ CONTRA OS CRUÉIS CRIMINOS
OU COM A FOME DO POVO QUE SE ALEVANTA?

IMPUNIDADE,
PENSADOR FOI CONTRA A HUMANIDADE
POR UM CRIME QUE NÃO COMETEMOS
MAS QUE PAGAREMOS ATRAVÉS DA ETERNIDADE.
POETA! SERÁ ESTA IMPUNIDADE
SEMELHANTE ÁQUELA PALAVRA DE PILATOS:


"- O QUE É A VERDADE "?
SSPóvoa
Enviado por SSPóvoa em 15/01/2009
Reeditado em 01/12/2012
Código do texto: T1385976
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