TROVAS DE AUTORIA DE BOB MOTTA III
Lua cheia ou sol a pino,
vou seguindo a minha estrada,
que tem um feliz destino;
os braços da minha amada.
Por mil caminhos dispersos,
na cidade ou no sertão,
meu destino é fazer versos,
distribuindo emoção.
Eu não posso lhe ajudar;
lhe juro, sinceramente.
Enquanto você achar,
que tem o suficiente.
Primavera dos amores,
me traga em sua estação,
mil jardins, carinho e flores,
e plante em meu coração.
Nessa longa caminhada,
na estrada da minha vida,
teu colo é a melhor parada,
a pousada mais querida.
Não sabe o quanto preciso,
em você me aconchegar.
Me empreste, então, seu sorriso;
não aguento mais chorar.
P'ro teu corpo esparramado,
eu mando, através da mente,
num erótico recado,
meu beijo mais indecente.
Ao quebrar de cada onda,
o mar entoa a canção,
dessa saudade que ronda,
e invade o meu coração.
Você, lânguida, estirada,
eu beijo de cima abaixo.
Sem roupa, despudorada,
lá na beira do riacho.
Nos jardins, prá qualquer rosa,
dou uma dica, de colher.
Tu és tão maravilhosa,
que tens nome de mulher.
A vergonha é uma semente,
que do berço já se traz.
Quem faz vergonha, não sente;
quem tem vergonha, não faz.