Perfil
Roberto Coutinho da Motta,
O nome, papai iscuiêu.
Bob Motta é Pseudônimo,
E cum êle, assino eu.
Rimo, amostrando in meu verso,
Tudo o qui ai no universo,
O dom, foi Deus quem me deu.
Nascí in Natá, na praia,
me criei vendo o arrastão,
mais passei a mocidade,
no meu querido sertão.
Digo aqui, nêsse momento;
sou Natá, de nascimento,
Carirí, de coração.
Carirí paraibano,
Cabacêra, Buquêrão,
Serra do Monte, Pocíin,
Cedro, Bravo e uis vizíin,
qui eu guardo no coração.
Boa Vista, Riachão,
Riacho do Reis, meu camíin,
eu rescordo, cum caríin,
bãe de bica in chuva grossa,
minha Maiáda de Roça,
Santa Quilara e São Joãozíin.
Eu falo do meu nordeste,
do seu povo, da istiage,
e ais vêiz, de sacanage,
meu verso tombém se veste.
Quem cumigo já fêiz teste,
sabe cuma é meu poema.
Eu sô poeta da gema,
verso sobre o qui quizé,
você pode fazê fé,
abasta me dá o tema.
Mais tombém falo de amô,
de sodade, de beleza,
do esprendô da natureza,
de Deus, seu grande iscutô.
Êsse mêrmo Criadô,
qui nuis rege o dia a dia,
na tristeza ô na alegria,
me enche de inspiração,
e eu retrato cum emoção,
suais obra na poesia.
Eu curtuo munto o matuto,
na sua sinceridade,
sua chucra liberdade,
e seu humô quage bruto.
Puressa curtura eu luto,
cum minha arma, a poesia.
Quando digo uma putaria,
lhe juro, meu camarada,
é mode causá risada,
no amaigô do dia a dia.
Taí, intonce meu traçado,
amostrando in meu rimá,
a curtura populá,
no verso metrificado.
Somente mais um recado,
aos puritanos, intão.
A pureza, meu irmão,
num tá nais frase falada,
mais nais virtude incravada,
na áima e no coração...