T R O V A S

Ah! qui sodade dos brinquêdo,

qui tanta as recordação,

dos festejo e dos forguêdo

das noite de São Juão!

Di noite

a lua

as istrêla

um barúio

um xorô di criança

uma sodade d'ocê...

São dois óio preto e piqueno,

não era pra tirá nem pô,

era duas culé de veneno,

era duas conta di um ruzáro,

era duas ósta, dois sacráro,

era duas promessa de amô!

Quando a noite chegá

vô precizá d'um consôlo

de arguém que mi dê carim...

isperança... amô...

e in troca,

vô fazê trovas de amô.

No branco céu da lua

me arrecordo da infança!

depois in pensamento

bêbe os bêjo da boca sua e,

oiá seu rosto inda criança.

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 09/06/2020
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