TROVAS DE AUTORIA DE BOB MOTTA

1. Ví o oceano indecente,

fazendo tremenda farra,

na vazante e na enchente,

beijando a boca da barra.

2. Amigo é o tal sujeito,

que comigo, faz assim:

Sabe todo meus defeitos,

e ainda gosta de mim.

3. Sinto que é realidade,

ao sonhar com meu sertão,

que o chocalho da saudade,

badala em meu coração.

4. Entre pedras e espinhos,

cumprindo a minha jornada,

vou no rumo dos carinhos,

da minha musa adorada.

5. De ti, muito pouco, espero;

porém, de nada reclamo.

Não te amo porque quero,

te quero, porque te amo.

6. Eu sei que vem de Jesus,

quando estou na provação,

aquele facho de luz,

brilhando na escuridão.

7. Do sol eu quero o calor,

do luar, a claridade.

Da mulher, eu quero o amor;

do cachorro, a lealdade.

8. Relembro a minha mãezinha,

minha história e meu sertão.

A penumbra da cozinha,

e a quentura do fogão.

9. Viajo desde menino,

tangido pela saudade,

na boléia do destino,

buscando a felicidade.

10. Há tempos, farras não faço,

mas hoje, acordei sedento,

dos teus beijos, teus abraços,

nem que seja em pensamento.

11. Ví teu rastro desenhado,

e alí, chorei de emoção.

Na vereda do cercado,

de amor, do meu coração.

12. Dois diferentes caminhos,

segue o sertanejo rude.

Na seca, queima de espinhos;

no inverno, banho de açude.

13. Mentes insanas, maldosas,

estão dizimando, a mil,

com queimadas criminosas,

as florestas do Brasil.

Autor: Bob Motta

Da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte

Cadeira número 03

Bob Motta
Enviado por Bob Motta em 07/10/2007
Código do texto: T684551
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