Autobiografia
 

Sou vinho de boa vinha, 
sou único e sou diverso...
Não cabe a exisência minha
em teu restrito universo.

Sou a carteira de sorte
que tu perdeste na rua,
a mão do fraco e do forte,
mas nunca serei a tua.

Sou a luz do teu olhar,
o raio de um bem-querer
que, só por medo de amar,
tu apagaste sem ver.

Sou eu essa tempestade
que varre teu pensamento.
Amanhã serei saudade
e talvez arrependimento.

Sou o barulho das ondas
que batem sem piedade,
a guarda fazendo rondas
sem te livrar da saudade.

Sou quem o mundo ignora
(um vulto na madrugada)
– tua indiferença agora –
e não te serei mais nada!

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