Passeio Na Praça

Perdoa, minha querida,
o meu poema sem graça.
Quisera falar da vida,...
das flores aqui da praça.

Porém, a sentir a fome,
daqueles pobres meninos,
não tenho a justiça em nome
de todos os pequeninos.

Eu vejo um velho jogado
que, só, alimenta os pombos
e um homem alcoolizado
que dorme após o tombo.

Ao vê-los, eu sinto frio
– como se fosse o inverno...
Conheço o grande vazio
da vida só neste inferno.

Porém, se eu falar da vida,
das flores aqui da praça,
perdoa, minha querida,
o meu poema sem graça.