Bambuleio

Escrevo em folha morta,

arrancada de um arbusto,

depois a prego na porta,

então desenho-te busto.

Mas sei apenas embuste,

foste como a leve brisa,

que passa através bosque

e nas folhas sequer pisa.

Vim morar nessa floresta,

minha casa é de madeira,

o amor que ainda resta

será a fonte derradeira;

Talvez sejas só miragem,

ou delírio de um poeta,

mas se enfeita paisagem

escrevo-te em linha reta.

As curvas quem tem és tu,

bambeio só de mentira

sou como vara de bambu,

enquanto o vento te estira.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 25/04/2009
Reeditado em 09/01/2010
Código do texto: T1558743
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