Ao amor ambíguo

Na imparcialidade da entrega,

o amor não se dissolve a cada gozo,

apenas se dará alguma trégua,

em cada sentimento há repouso.

E mesmo o amor é dissonante,

ao ser condicionado ao pensamento,

como se fosse flor algum desplante

numa opinião ou num lamento.

Na parcialidade não há cúmplice,

somente egoísmo do indivíduo,

e o amor nesse viés nunca se cumpre.

Amar e ser amado é ser ambíguo,

ser capaz de paixão sem ter ciúme,

sem nunca consentir o desabrigo.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 21/04/2009
Reeditado em 26/10/2020
Código do texto: T1552393
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