E aí compadre?
Ocorre compadre que o natal é de intolerância.
Opressão, ego, vaidade, vendavais, consumismo, jactância.
E aí...?
E aí que enquanto não pensamos a solução,
Cigarro de palha mascado goela abaixo,
Cuscuz, beiju de farinha, mandioca, abóbora, fubá,
Deitados com pãozinho com margarina; engraxado,
Café e suco de cajá a beirar,
tudo junto e misturado em estômagos revirados,
Mata a fome dos que seguem o cordão da desilusão.
Há mar
Beijos ardentes no silêncio da rua.
Taças tilintam debaixo do brilho de estrelas sibilantes.
Céu e lua despidos frente a frente, olhos nos olhos: o que mais lhes restam?