Professores, seus alunos e outros na rede social. Cuidados
Professores, seus alunos e outros na rede social. Cuidados
As nossas redes sociais são nosso cartão de visita em vários sentidos. Nelas, expomos nossos ideais, gostos, inclinações religiosas, direcionamentos políticos etc.
Para além de sites mais famosos e convencionais como, YouTube, Instagram, Facebook, Twitter e etc, temos inúmeras outras fontes onde é possível verificar como as pessoas se interagem e se comportam na Internet, aqui incluídos professores e alunos e tal conhecimento é essencial para manter seus alunos seguros no que se refere aos professores.
A necessidade de conhecer e acompanhar este comportamento de pessoas e professores nas redes sociais é um ponto de atenção, vez que os docentes possuem ampla responsabilidade na formação de crianças e adolescentes e são vistos por estes como exemplo e fonte de sabedoria.
Somado a isto, a atual geração – nascida e criada em um mundo ávido por informações – localiza facilmente qualquer tipo de conteúdo. Ademais, tal situação ainda ganha um agente a mais, que são os pais vigilantes em saber o que seus filhos andam consumindo e aprendendo.
Então, é fácil imaginar que este acesso imediato aos perfis dos educadores pode gerar diversas consequências, o que faz necessário antecipar o referido conteúdo.
A análise se torna ainda mais essencial quando tratamos das diversas escolas bilíngues no país, que costumam avaliar a contratação de professores estrangeiros para seus cargos.
Por consequência, esta análise midiática também deve incluir o país de origem destes profissionais. Além das redes sociais como Facebook, Instagram e Youtube, por exemplo, serem amplamente utilizados no mundo inteiro, há também websites que possuem mais aderência em países específicos, como é o caso do Reddit, rede social vastamente utilizada nos Estados Unidos, mas que, no Brasil, ainda não chega a ter um número significativo de usuários, como foi o caso do TikTok. Por isso, é imprescindível que as buscas sejam realizadas com assertividade e com o direcionamento necessário de acordo com sua naturalidade.
Importante ressaltar que a análise não deve possuir cunho discriminatório quanto aos temas expostos. Todas as pessoas são livres para expressar suas ideias e posicionamentos, desde que tais não ensejem em crimes.
A preocupação principal é como isto chega aos alunos. Sendo assim, a problemática não é se posicionar acerca de temas polêmicos, mas o modo que é feito (discursos de ódio, acusando pessoas que não pensam da mesma forma, por exemplo).
Além disso, demais análises, como sua trajetória profissional e acadêmica, checar seu comportamento anterior nas salas de aula com os alunos; bem como demais professores, podem tornar a contratação mais segura.
Cabe, também, averiguar o histórico de envolvimento que estes profissionais possuem com o setor público. Se já foram funcionários públicos ou possuem algum vínculo público que possam comprometer de algum modo a integridade e a impessoalidade do professor.
Como visto, há diversas frentes necessárias para analisar um candidato a professor em uma escola. A necessidade de estar ciente dos riscos de tal contratação é crucial para manter a reputação de uma escola, onde toda e qualquer falha profissional toma proporções maiores que qualquer tipo de empresa, tendo em vista o tamanho da responsabilidade que as unidades educacionais possuem perante a sociedade.
Continuando sobre enfoque diverso, os jovens de hoje são filhos de uma sociedade do consumo – não só de bens materiais, mas também de informação.
Este mundo tecnológico em que vivemos promove constantemente mudanças no jeito humano de se relacionar, e as redes sociais são fruto desse movimento.
As pessoas nascidas neste milênio, em especial, são muito íntimas dos espaços virtuais de interação, os quais, para a maioria das pessoas, representam uma ponte com o “mundo real”.
As redes sociais, no entanto, potencializam os equívocos na compreensão do que é a vida. Por terem facilidade em manusear os dispositivos e lidar com suas funcionalidades, os adolescentes, e até mesmo as crianças, passam a acreditar que o mundo das telas é o mundo legal e seguro, enquanto que o que está fora das telas é chato.
Nesse sentido, para esses jovens, as redes sociais tornaram-se de fato uma nova realidade, caracterizada por uma sociedade de perfis.
A hiperexposição é um dos retratos dessa distorção de percepções à qual os jovens estão submetidos: tudo o que é valorizado socialmente é exposto e aquilo que não é valorizado socialmente é escondido. Há, inclusive, uma falta de diferenciação entre o que é público e o que é privado.
Desse modo, surgem perfis que não correspondem à realidade. Afinal, a natureza das relações sociais é bastante diversa da natureza das relações que se estabelecem no mundo digital. Nesse processo, todas as respostas virtuais – os likes, os compartilhamentos, os seguidores, etc. – acabam se tornando não apenas reais, mas cruciais. Surge a ilusão de que o olhar do outro é o que garante a minha sobrevivência.
As redes sociais surgiram como uma forma de descontração para a população, e com o tempo tornou-se fundamental para as relações sociais. No entanto, o uso das mídias digitais possui um grande poder de influência na vida de seus usuários e pode atuar como uma vantagem ou uma fraqueza, dependendo do manuseio.
Afirmo sem medo de errar as redes sociais já representam um dos mais efetivos meios de comunicação, sob diversos aspectos. Nessa perspectiva, elas permitem que você possa se apresentar e/ou oferecer seu produto de forma rápida, democrática e acessível para diversos públicos.
Com isso, se utilizadas adequadamente, as redes sociais podem contribuir muito para que as pessoas possam divulgar seus próprios nomes, seus trabalhos e suas carreiras. No entanto, o uso dessas ferramentas, na vida pessoal e profissional, bem como a criação de conteúdos, devem considerar as especificidades da rede escolhida e o alvo profissional de cada um, o que gera a necessidade de uma gestão adequada do perfil e da produção de um conteúdo orientado aos objetivos identificados.
“No mundo atual, a atuação nas redes sociais é importante, na medida em que conecta pessoas, permite a criação de novos negócios e gera oportunidades de acesso a diferentes formas de produção e disseminação de conhecimentos.”, alega o administrador.
A grama do vizinho é mais verde?
Nas redes sociais, tudo o que postamos cria uma narrativa que nos representa nesses ambientes, mas que não concordam com a realidade. Ali, as relações são superficiais, porque não há intimidade ou uma mediação social autêntica – afinal, nas redes sociais não agimos de maneira espontânea e escondemos traços de quem realmente somos. O que fazemos on-line não fazemos na frente das pessoas e vice-versa.
Então, as comparações inevitavelmente surgem: os jovens começam a acreditar que a vida e a imagem deles próprios são sempre piores do que as do outro.
Isso se torna ainda mais problemático com o fato de que a sociedade de hoje é marcada pelo imperativo da felicidade, o qual não abre espaço para o sofrimento.
Ou seja, expor fragilidades, aflições e negatividades não é bem-vindo no mundo digital, embora esses sejam aspectos intrínsecos à natureza humana.
Um mundo exigente e veloz
Além disso, o imediatismo tornou-se um valor nos ambientes virtuais: responder com rapidez é uma necessidade. Sobra pouco espaço para a angústia de esperar pela resposta, que é natural e precisamos sentir. Essa dinâmica é imposta justamente pela forma superficial como as pessoas se relacionam nas redes sociais, e isso as distanciam ainda mais da realidade.
Os jovens estão idealizando uma imagem de corpo e de postura, por achar que a vida e a imagem do outro são mais interessantes. Há uma busca incessante por uma imagem idealizada de si próprio. Isso sem contar todos os perigos que levam os jovens para situações com as quais eles não têm condição de lidar, como ciberbullying, fraudes e violências de todo tipo. Ou seja, as telas podem ser um portal para muitos problemas.
Quais devem ser os limites?
Proibir os filhos de usar as redes sociais não é um bom caminho. Mas é necessário manter um controle e orientações permanentes. Os limites devem ser relativizados conforme eles vão crescendo, mas de modo geral os pais precisam estabelecer horários e regras. Não é ficar de pé ao lado do computador vendo o que ele está fazendo. Mas tem que conversar e delimitar momentos para as redes sociais, com regras claras de como usá-las.
No caso dos adolescentes, os responsáveis têm, sim, a prerrogativa de entrar nas redes sociais deles e checar o que estão fazendo e com quem estão conversando. Muitos acreditam que monitorar as ações dos adolescentes significa desrespeitar sua individualidade, mas isso não é verdade, porque os espaços virtuais podem ser muito perigosos, e é papel dos pais proteger os filhos.
Costumo parafrasear a seguinte imagem: ‘você não deixaria sua criança sozinha na Praça, certo? Então por que você a deixa sozinha na internet?.
Porém, é importante relativizar e entender que os cuidados são diferentes entre crianças e adolescentes.
Por isso, dialogar é o melhor caminho para que os próprios jovens compreendam a relevância de explorar o mundo das redes sociais com sensatez.
As redes como Instagram, Facebook, Twitter e LinkedIN são alimentadas por materiais que todos os usuários produzem e consomem diariamente. O caráter dos conteúdos que circulam no espaço virtual varia de acordo com cada usuário. O algoritmo funciona de maneira que nenhum feed seja igual ao outro, mas sim personalizado e exclusivo para cada utilizador.
A regra básica para não se prejudicar com a nova realidade é prezar pelo bom senso na hora das postagens pessoais. Afinal, elas estão suscetíveis a aparecer na tela de outras pessoas, inclusive de colegas de trabalho e superiores podendo resultar em consequências no ambiente profissional.
Embora as plataformas de conteúdo atuais contenham diversos perigos para os usuários, por outro lado também existem as oportunidades de usá-las ao seu favor. Saber como utilizar as mídias sociais para muito além do entretenimento é fundamental para aprender e reter conhecimento nessa nova era
Rede social, uma aliada da vida profissional
Começando pela rede de contatos, é bom ter um amplo grupo de amigos, mas tratando-se do mercado de trabalho, é elementar buscar pessoas interessantes profissionalmente. O LinkedIn, por exemplo, é uma rede voltada para a vida profissional, mas os usuários também podem usar o Instagram para propagar seu dia a dia no trabalho com mais leveza e personalidade.
Enaltecer as próprias ações realizadas e de sucesso é uma maneira de mostrar profissionalismo e opera como um currículo. Resultados de projetos que foram interessantes ou titulações alcançadas podem ser positivos para o perfil; entretanto, a autopromoção exagerada pode soar arrogante– é preciso ter equilíbrio.
Compartilhar conteúdos relevantes, com informações úteis e práticas atrai um público qualificado e fiel. Em um contexto em que existem cada vez mais publicações vazias, procurar diferenciar-se com postagens pertinentes pode disparar o alcance da conta.
Muitas vezes o desejo é somente de ficar explorando feeds, sem nenhum objetivo específico, o que é normal e recorrente. Por outro lado, é um grande desperdício não aproveitar todo o grande potencial que a internet e os milhares de criadores de conteúdo espalhados pelo mundo trazem.
Aprender a utilizar as redes sociais como ativos de aprendizado e oportunidades para atingir um objetivo é uma habilidade subvalorizada, mas muito importante. Como você tem utilizado seu tempo nas mídias sociais?
Guaxupé, 15/065/24.
Milton Biagioni Furquim