A mulher negra no Supremo Tribunal Federal
A mulher negra no Supremo Tribunal Federal
De proêmio, é bem que fique claro que inteligência, caráter, habilidades, competência e principalmente compromisso com a justiça, não está na cor da pele e nem nas escolhas sexuais de ninguém! Nada contra uma mulher negra na Suprema Corte. Eu quero gênero humano com o coração honesto!
Pode ser negra, branca, amarela, ou que mais cor existir... qualquer ser humano, desde que siga rigorosamente o que pede a CF; mas que ela tenha os "OLHOS VENDADOS". Que seja IMPARCIAL e JUSTA na aplicação da Constituição. Que seja livre de conflitos de interesse e, quando os tiver, que se declare suspeita. Que coloque a Constituição acima de suas inclinações políticas e preferências pessoais. Que seja consistente em seus julgamentos, independente de quem são as partes ou os interesses envolvidos. Que não exerça sua função como moeda de troca.
Eu quero uma juíza que seja ser humano decente, justa e imparcial no STF, além de efetivamente possuir notável saber jurídico e reputação ilibada, que esta exigência não seja mera retórica, considerando que o requisito "notável saber jurídico" para o cargo de ministro do STF, outros, não tem conceituação legal.
E que tenha uma "ESPADA NA MÃO". Que seja CORAJOSA para resistir às pressões políticas. Que adote postura firme contra decisões monocráticas, processos instaurados de ofício que não terminam nunca, uso dos votos para proselitismo político, invasão da esfera de autoridade de outros poderes, censura.
Eu quero alguém (negra) capacitada e que seja alçada a esta vaga justamente. Que tenha respeito, integridade, competência, honestidade, inteligência, conhecimento devido e hombridade, que é o que se espera de um ‘Ministre’ da Corte Superior, ao contrário da última parlamentar negra do Congresso Nacional, usou de recursos públicos (avião da FAB) para assistir futebol.
Já tivemos um Ministro Negro e nada fez a não ser polêmico. Agora temos um ‘Pastor’ (escandalosamente cristão), e ainda não mostrou a que veio
Gostaria de ver uma indicação feminina ou não, mas que fosse preferencialmente competente e imparcial. Torço por dias melhores, as últimas indicações foram bem ruins.
Não importa a cor, gênero ou religiosidade, mas que seja justa, corajosa, que tenha um sopro de humanidade em seu coração e que resista às pressões políticas e não se importe com “tapinhas nas costas”.
Eu quero um “juíze” preferencialmente imparcial (venda), justo (balança) e com a força da lei (espada) ao seu lado, ainda que tenhamos muito a caminhar quando o desejo da representatividade (inócua) vem antes da busca por um tribunal que deve ser imparcial, justo e forte, mas sobretudo respeitado.
Por óbvio a diversidade alimenta a cultura ética. Mas não podemos tratar a escolha do próximo ‘ministre’ do STF apenas como um token de diversidade. A simbologia da nomeação de uma mulher negra é importante, mas a transformação ética que a corte necessita vai exigir que essa mulher entre de OLHOS VENDADOS e com uma ESPADA NA MÃO.
Eu quero uma Ministra negra.
Guaxupé, 26/09/23.
Milton Biagioni Furquim
Juiz de Direito