manifestação solidariedade
José Carlos de Paula j_c_paula_adv@yahoo.com.br
30 ago
para mim
Dr. Milton:
Coincidentemente, poucos dias atrás, tivemos a oportunidade de de discutir, no saguão do Forum de Jacutinga/MG, as mazelas às quais nós, operadores do direito, nos submetemos no quotidiano, tendo por testemunha boa e idônea o hoje colega Dr. José Luiz Gonçalves, que foi ilustre Juiz de Direito em Ouro Fino/MG durante anos.
Pois bem! Ainda que com risco de ser arrostado ao ergástulo público, toco novamente na ferida: Nós, os operadores do direito aqui desses grotões de Minas estamos esquecidos literalmente pelos nossos pares encastelados na capital mineira. E quem paga a conta é o cliente.
É difícil ser operador do direito tão longe da capital (tanto faz se juiz, promotor ou advogado), pois os recursos são parcos, conquanto a demanda seja a mesma.
Entretanto (e disso também conversei convosco no saguão do Forum de Jacutinga), temos na região, senão a melhor Justiça, ao menos operadores do direito e funcionários zelosos.
Falar em morosidade da Justiça é chover no molhado. Basta colocar no "Google" para que sujam milhares de páginas sobre o assunto.
Todavia (e isto também falei lá em Jacutinga), só sabe o que é essa tal"morosidade" quem advoga longe de casa. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, entre tantos outros estados da federação onde a nossa modesta advocacia alcança, ninguém se preocupa com a distância que o causídico percorreu para resolver uma dor que não é sua, mas de um cliente seu. Um direito, qualquer que seja, mas que é DIREITO do seu cliente.
Em Monte Sião, Jacutinga, Ouro Fino e região, em que pesem as dificuldades pelas quais nós operadores do direito por vezes temos de enfrentar, pode-se dizer, parafrazeando-vos, que vivemos num verdadeiro"reino encantado". De fato existem Comarcas nas quais, se o advogado quiser retirar um simples mandado de averbação de divórcio consensual, ele que o faça sozinho e leve até o Juiz, ou aguarde a boa vontade cartorária por meses a fio. Passei por isso num Estado vizinho.
Vale lembrar aqui, como aliás é de conhecimento notório e público, que jamais se ouviu dizer que alguém que tenha porventura batido às portas do vosso gabinete (ou da residência vossa), tenha retornado sem atendimento. Pode ter retornado até com o pedido indeferido, eventualmente, mas sempre com atendimento cordial, urbano e humano, acima de tudo.
Recordo, por fim, que, no ocaso da administração do Ilustre Colega Dr. Octávio Miranda Junqueira, presidente da 39ª Subseção da OAB/MG, o qual teve o "atrevimento e a ousadia" salutares de juntar na mesma sala advogados e juízes para que pudessem "discutir a relação", a vossa presença, inobstante a distância, revelou-se à primeira hora, assim como a vossa franqueza e sinceridade: "Senhores e senhoras advogados e advogadas: Escrevam pouco! Argumentem o necessário! Não repitam a mesma jurisprudência. Eu não tenho assessores na minha Comarca".
Fato outro que merece destaque (e que muitos ignoram) é que Monte Sião, a exemplo de Jacutinga, trabalha com "meio promotor". Por óbvio que não avalio aqui o notório saber jurídico e o atilado senso de Justiça dos quais são dotados o Dr. MEIKEN e o Dr. CARLOS. Reporto-me, isso sim, ao fato de que ambos prestam boa parte dos seus trabalhos em Ouro Fino, como cooperadores, situação esta que, indiscutivelmente, repercute nas Comarcas originárias de cada qual, diminuindo-lhes o tempo disponível, senão tornando ainda mais árdua a tarefa de cada qual nas respectivas Comarcas.
Tudo isso foi dito sem levar em conta os plantões da Magistratura e do Ministério Público, acarretando (ou agravando) a sobrecarga dos serviços forenses.
Enfim, Dr. Milton, do empenho e dedicação vossos, por vezes até com excessivo zelo, sou fiel testemunha.
Abraços,
José Carlos de Paula :.
José Carlos de Paula
Advogado
j_c_paula_adv@yahoo.com.br