Oh puberdade cruel minha!
Mas que feia menina!
Se já era magra, ficou fina!
De tão alta, igual uma vara!
Nos dentes tortos, colocou aparelho
e, para de uma vez quebrar o espelho,
uma miopia pôs óculos em sua cara.
Seus cabelos antes eram lisos,
agora são um capacete de fios.
Quase sempre está despenteada.
Mas que branca azeda!
Que rosto cheio de sarda
e ainda por cima, anda toda encurvada!
Não põe um brinco ou uma pulseira.
Não sabe se vestir! Um jeca inteira!
Duvido que já tenha sido maquiada.
Há quem diga que é a puberdade,
mas há quem também cisme
que este patinho feio jamais será cisne.
escrito 01/08/2012