Poesia Subliminar: 
 
(Criada por Carlos Alberto Fiore, jornalista, músico, escritor paulista de Limeira/SP)
 http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=26041

PASSO A PASSO

 
1. Um poeta escreve um texto minimalista (pequeno), pode ser trova ou poetrix ou uma frase, haikai. O melhor é o poetrix.
Vejamos este poetrix:

 
Chove em mim.

Sem palavras a escrever
Sem luz a perceber
formas e letras molhadas...

Denise Severgnini

 
2. Outro poeta irá criar uma poesia subliminar a partir dele. Colocar todas as palavras do poetrix na vertical, exceto o título.
 
Chove em mim.

Sem

Palavras
A
Escrever
Sem

Luz
A
Perceber
Formas

E
Letras
Molhadas

Denise Severgnini

 
3. Este poeta irá escrever um poema no caso de doze versos, com cada verso começado
Por cada palavra do poetrix original.
Não precisa rimar, nem contar sílabas. È livre. Quem gostar de rima e métrica pode usar.
É bom usar cores diferentes para destacar, mas não é obrigatório.
 
Vejamos como fica:
 
Chove em mim

Sem
sentido real.
Palavras
impostas, tédio.
Agride
noite estagnada.
Escrever
é o melhor remédio.

Sem
calor que arrefeça.
Luz
que aqueça.
A
paz do meu ser, e...
Perceber
até onde amo você.

Formas
que moldam a alma.
Exploram
em sintonia.
Letras
brotadas do orvalho.
Molhadas
em suave melodia.

SoLuNaMaRoSa

Denise Severgnini
 
4. O título também pode ser completado pelo poeta, mas não é obrigatório.No exemplo acima o título ficou o mesmo.Vejamos um exemplo onde o título foi também completado:
 
DE REPENTE

Se a dor é latente
'Tou rente ao enlouquecer
E perder-me de repente...


Rhusso

DE REPENTE,
EU TE ESPERO

Se
sol é sol, vento não é chuva
A
verdade atroz monopoliza o momento
Dor,
vertente da lágrima que coadjuva
É
pranto triste embotado no pensamento

Latente
amor, eu guardo comigo, agora
Tou
na corda bamba da loucura,
Rente
ao precipício... Vou-me embora
Ao
entardecer desta autoclausura...

Enlouquecer
ou buscar olvido
E
dizer ao mundo... Eu quero
Perder-me
na lembrança do amor parido
De repente
... Abro e porta e te espero...

Rhusso
Denise Severgnini

 
 
5. A separação em estrofes também não é obrigatória. Fica no gosto de cada um. Nos dois exemplos acima, os poemas subliminares foram divididos em estrofes. Vejamos um exemplo, onde não há esta divisão:
 
FUGA

Espaços... Meus passos lentos
Não compreendem a tua pressa,
Saio  correndo de mim...

LuciAne

 
FUGA

Espaços...
Ora vazios, ora preenchidos
Meus pés trilham sendas sem sentidos
Passos... Ora vagarosos, ora energéticos
Lentos na tua ausência. São poéticos...
Não alcançam a desistência premeditada
Compreendem a dor recém chegada...
 
A chama arde, mas há vazios em nós
Tua ânsia fingida é meu algoz...
Pressa, rapidez... Momentos em migalhas
Saio  de ti! Recolho da carne, as navalhas
Correndo a esmo, busco sonhada paz
De mim... Resta a certeza de não olhar para trás

LuciAne

Denise Severgnini

 
 Observação: Aqui a expressão “de mim” ficou junta, pois não é possível começar uma frase com “mim”.
Quando acontece isto, vai tudo junto.
 
6. Procura-se ser o mais fiel possível ao conteúdo do poetrix original.
 
7.Mais alguns exemplos:
 
Dança do tempo

Nos ponteiros do relógio,
tempo dança lento,
sem esquecer um momento.

Mardilê Fabre

 
 
Dança do tempo

Nos
labirintos da esquecida hora

Ponteiros giram disseminando sonho
Do viver tão sonhado do agora
Relógio diz realidade já...Pesadelo bisonho?
Tempo descarta se bondade aflora.

 
Dança o verso que componho
Lento, não percebe a demora,
sem imaginar meu viver tristonho...

Esquecer mazelas, não cobrar juros de mora,
Um bailado bonito, sem ritmo medonho...
Momento feliz, minh’alma não mais chora...

Mardilê Fabre

Denise Severgnini
 
 
Duas Faces

No breu amargura impera
Vida desabrocha na luz
Das cores, esperança de paz.

Denise Severgnini




Duas faces
em entrelaces

No
meu sentir,
Breu
baixou de repente.
Amargura 
me embebe, pois
Impera
essa negridão que me embarga.
Vida
é a animação, fervor e alegria
Desabrocha
abrindo, passagem
Na
obscuridade
Luz
ai terá escoamento, e
Das
cerradas e impenetráveis obscuridades.
Cores
intensas avultam resplandecendo de
Esperança,
existência do futuro.
De
afoiteza incontida.
Paz,
conciliação.

Denise Severgnini

Tetita
 
8. Links sobre poesia subliminar no Recanto das letras.
 
http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=4659.0
 
http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=5234.0
 
http://www.recantodasletras.com.br/forum/index.php?topic=2701.0
 
http://www.recantodasletras.com.br/publicacoes.php?chaves=POESIA+SUBLIMINAR&pag=1