Fulô do agreste

Fulô do agreste

Cá por este abrasivo solo nordestino,

Onde no verão, nada escapa ao sofrimento,

Nada que se adquira como lenimento,

Tem poder de amainar o nosso sol a pino.

Nascer neste chão não é questão de destino,

Nem ser predestinado ao intenso sofrimento,

Temos uma fulô com tal embelezamento,

A encantar os olhares não só do agrestino.

Cá nesses brocotós, vemos grandes contrastes,

Que vão além dos trágicos às grandes artes,

Do ipê ao pau Brasil e ao velho mulungu…

Temos o xique-xique com o som das chuvas,

Do abacaxi, melões a plantações de uvas,

E a linda fulô do áspero mandacaru!

Aracaju-Sergipe, 26 / 12 /