PARA TI ARNALDO

Sempre o mesmo ritual descia ao terraço

puxava a sua cadeira e depois um cigarro

Prós muitos jornais, ali, arranjava espaço

e entre políticos e desastres de um carro

Tudo absorvia, com atenção e sabedoria

Prazenteiro para todos sua Nan a amava

pois para além de filha e sua companhia

ajeitando o bigode, era co ela que falava

O cabelo já grisalho lembrava o trabalho

que ele sempre cumprira com exactidão

até ao dia em que se tornou aposentado

Homem culto, ah, quem o ouvisse cantar

divertido gentil, a ninguém dizia que não

Levo-o a morte… atrás de si, muito pesar

Jorge Humberto

29/03/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 30/03/2008
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