TÃO JOVEM QUE ELA ERA

Tão jovem que ela era, quase uma menina,

e cedo aprendera, que sua posse feminina,

era dos homens a loucura; e a todos sorria,

porque seu bom pai em ternura assim dizia.

Mau gesto nunca o teve desde pequenina,

acreditando que todos em leve e seda fina,

se tornariam amigos; e assim se comprazia

nessa sua contagiante, e constante alegria.

Porém, a maldade doutros, o ignóbil verso,

a arrastou para entres montes escombros,

prostrada no chão, mostrando-lhe reverso

Que o sorriso não compreendia nem devia.

Desde esse dia, só, com os seus assombros,

a menina, já não sorria: matou-se nesse dia.

Jorge Humberto

08/03/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 09/03/2008
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