SOBREVIVÊNCIA

Levei a vida, entre tristezas, fome e doenças,

nada me aprazia nem ninguém supor queria,

que aos vinte e sete anos as convalescenças,

eram fúteis, sem sentido, quem viver queria.

Com quarenta e dois quilos de peso, que era

eu senão um joguete nas mãos de bastardos?

e foi sempre assim a minha vida era após era

comer não podia co meus dentes arruinados.

A cada injecção o sangue coagulava, chorava

eu, por esta vida maldita, que destruíra tudo

o que é graça e beleza, num homem; faltava,

Porém, muitos e muitos anos ainda, desgraça

convertida em soros e comas, em vil resumo:

que a gema tocasse minh’alma, em sua graça.

Jorge Humberto

03/03/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 04/03/2008
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