CURA

Tenho apenas presente, o mais é sorte

que se lança num rumo todo incerto,

não aponto pro sul nem para o norte;

minha flor desabrocha no deserto...

A distância é o que tenho de mais perto,

quanto minha fraqueza o de mais forte;

sou a gota furtiva em mar aberto

e viver é meu prólogo da morte...

Quem me quer tome a caixa de surpresa,

feche os olhos e jogue sobre a mesa

esse dado indisposto prá ventura...

Pode ser que um prodígio seja o caso

de fazer ampliar meu curto prazo;

seu amor descobrir a minha cura...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 27/02/2008
Reeditado em 27/02/2008
Código do texto: T877932
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