SEREI O TEU JARDIM

Não cabe em mim tudo o que te quero dizer.

Mas sei-o que estou apaixonado; e meu ser,

Assim confortado, vive a vida aí desgarrado,

Como se não houvesse amanhã encontrado

E no meu pensamento, quando me deito, tu

És a minha certeza, meu propósito, comum,

A todos os dias, que ansiassem o teu corpo,

Voluptuosa enseada, descansando no porto.

Dime, meu amor, que hei-de fazer, à paixão

E que me agasta e judia, tirando-me o sono

Dime, por favor, porque sofre, meu coração?

Ah!, mas, aqui, onde sou eu a sós, não mais

Me olvidarei, nem me deixarei ao abandono,

Serei o jardim com que minhas mãos regais.

Jorge Humberto

08/02/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 17/02/2008
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