PARTINDO DO PRINCÍPIO
Passeava eu muito descansado quando
Vi que, no passeio, uma mulher chorava.
Perguntei-lhe, porquê, de tal desengano,
Enquanto uma palavra assim balbuciava:
Meu marido usou-me co outra, cismando,
Levou-me filhos, deixando-me enganada,
Com parca renda, que, aqui, vou usando,
Para não morrer sozinha nem esfomeada.
Passei-lhe as mãos, pelo cabelo, revolto,
E disse-lhe: do nada, teus filhos surgirão,
E verás o mais pequeno no maior envolto.
Por isso mulher, pára de chorar, que já foi,
Faze um sonho maior, para a tua geração,
O que agora te queima mais tarde não dói.
Jorge Humberto
23/01/08