O ESCULTOR

No subtil esculpir de tua posse feminina,

O cinzel torna-se, então meu confidente,

E lasca a lasca, do granito, uma menina,

(Pedra parida, no martelar contundente),

Nasce inda antes de ser mulher definida,

Antes de tudo criança, compulsivamente

Ausente de tudo e de todos: eis rapariga

Saindo do mármore, sua forma aparente.

Fica o esboço, enquanto a pedra crescia

E os órgãos, como outra cousa qualquer,

Tornavam-se membros, co toda primazia.

A pedra aí usada, tem agora, do humano,

Contornos adultos, e enfim, se fez mulher

Pois que não sofre aqui, qualquer engano.

Jorge Humberto

22/01/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/01/2008
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