PRESENCIANDO UM ASSASSINATO

Bebo um gole, de café, acendo um cigarro;

Ouço, ao longe, o que me parecem, vozes,

De gente; está frio e alguém tosse, catarro,

Porque, do cigarro, não moderou as doses.

De repente, como vindo do nada, um carro

Ali aporta; baixa as luzes presas a algozes;

Uma figura sai à rua e grita: ai, se o agarro!

Inda que, ao longe, vê-se, que tem posses.

Mis mãos gelam, no contacto com a janela;

Mas a curiosidade é maior e deixo-me ficar;

Quem sabe, no fim, o que ela, aí me revela.

Ouço um disparo, alguém cai, das sombras;

E, agora, que faço, no quarto, a questionar…

Arrufos de bandidos, matando alvas pombas.

Jorge Humberto

19/01/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/01/2008
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