Fantasma
Sentes o frio que à espinha perpassa?
Sopro do agouro em mistério envolto!
Arapuca da alma que a esquiva enlaça
Da lama à glória, de ereto à torto.
Sonho de mar ao qual o sono se entrega.
Feito a Lua em grau febril de euforia!
Do luar se desconta a paz que se apega
Este ser assombrado pescando o seu dia.
Espanta da cruz, e refaz o quebranto
Brumas se erguem e vislumbra o além.
Sua pesca lhe diz: "Hoje eu não levanto!"
Fantasma murmura em tempo olvidado
É o fim a levar e não exibe o que vem
No anzol, o que fisgou está amaldiçoado!