Capitão de feijão

Capitão de feijão

As lembranças que eu tenho lá da minha infância,

São recortes de panos velhos remendados.

Contudo, com imenso carinho bordados,

O que aumenta ainda muito mais a relevância.

Foram tempos de tão diminuta alternância,

Tempos onde os dias não pareciam apressados,

Arrastados e ainda que tão arrastados,

Em nada corroía a nossa consonância.

Hoje, nós temos muito além do necessário,

Não nos faltando nada na cozinha e armário,

Para fazer a mais cobiçada ambrosia.

Mas não tenho o feijão, cheiro verde e farinha,

Amassados co’a mão e afeto na cozinha,

Com a dedicação que minha mãe fazia.