EXTREMOS
Este Ser que carrego no meu peito,
A rugir e a chorar com choro humano,
Não é Homem, nem Fera, nem Conceito
E, apesar de existir no mesmo Plano
Que os demais, ele é mais, bem mais sujeito
Aos instintos que assombram um Bichano,
E às falhas do Mundano insatisfeito,
A oscilar entre o Sacro e o Profano.
Desconheço se existe em amplo Mundo
Criatura, Ideal ou Entidade
Que convirja no lapso de um segundo
A junção de Aversão e Afinidade
E, tal como este Ser, raso e profundo,
Tenha amor à Loucura e à Sanidade.
29/08/2022