Amor euclidiano
Eu moldurei a raíz do meu cotidiano.
Fiz dele a base dos muros que ergui.
Aluno leigo, este errante humano
Fabricou posturas para não ruir.
Com bofetadas de magia em minha fuça
Virei vapor nas moléculas deste agito
Envergadura na raiz da minha astúcia
Ruiu deveras e arruinou o meu gabarito.
A familiaridade que hoje estou buscando
Aos pouquinhos vai me sequestrando
E então, vou vivendo como der e vier.
Pois, em anos vividos neste cotidiano
A geometria que eu estava estudando
Virou raíz quadrada e amor de mulher.