AOS SEM NOME

Na mais indecorosa subsistência, sem nome

Nem identidade, selectivas ruas desta cidade,

É que o pobre andrajoso vai matando a fome

Sem nem sequer saber mais, qual sua idade.

De alguém foram filhos, doutros seu cognome,

Mas a vida madrasta, que bem cedo os invade,

Não lhes deixou riquezas, tão pouco pronome,

Para todos nós, não passam de uma raridade.

É vê-los nas lixeiras, procurando o que comer,

Empurrando carrinhos, cheiinhos de papelão,

Para vender, a um facínora sedento…qualquer.

E é com as míseras moedas, no bolso puído,

Que eles vão comprar a deleitosa côdea de pão,

Sem se ouvir desta gente, um único gemido.

Jorge Humberto

16/01/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/01/2008
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