CRISÂNTEMOS

Era a manhã bonita igual aquela

Em que crianças brincam no recreio,

Quando eu convidei para um passeio

Quem me mostrou que a vida humana é bela.

O parque parecia uma aquarela

Pintada ao céu azul, e a tudo alheio.

Não lhe tirava os olhos com receio

De perder num segundo a graça dela.

Mas caindo entre os crisântemos floridos,

A cabeleira loira de compridos

Fios vi confundir-se com as cores.

E em meio à angústia e à incerteza,

Só quando a vi se erguer tive a certeza

Que não quisera ser rainha das flores.