DEUSA NÓRDICA

Ela tem a origem, certamente,

Em uma deusa nórdica, revela

O rubor de coral da face bela,

Que nunca num humano foi presente.

E os lábios com sabor de mel daquela

Flor encarnada, que discretamente

Se abre num sorriso inocente,

Com o riso de Freya, vejo nela.

E ante a silhueta fina se desdoura

A imaginação, se a fronte loura

Da deusa vejo a um beijo dar a mim.

Mas os vitrais dos olhos com suas lendas

Não me veem, nem a boca rica em prendas

De beijos, prende-me em tempo sem fim.