CHUVAS TARDIAS

É quando não vens que de ti sinto saudade,

como jardins desfolhados sem flores coloridas.

Lembro-me; e à lembrança cores surtidas…

quando juntos nos beijámos em cumplicidade!

Mas se os beijos andam arredios e foge a idade,

como a falta de nós, se as graças são sentidas?

Mas se a audácia – e eram terras prometidas -

se converteu em indelicada e notória inverdade,

como o amor ainda aqui, se vivemos em pecado?

Em loas as guitarras choram o entristecido fado…

E são só chuvas tardias, em terras de ninguém!

Em posição de rejeição mostraste-te alguém

incapaz - coração impio de ódio trespassado -

de ser amada, quem sempre viveu a teu lado.

Jorge Humberto

17/11/24

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 18/11/2024
Código do texto: T8199560
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