FILHOS DA GUERRA
É noite e aquelas pobres mãos, vazias,
que esmolaram em busca de migalhas
seguram contra o peito, em meio às tralhas,
faminta e escaveirada, uma das crias...
Enquanto o mundo, envolto em tantas falhas,
serve banquete e brinda às regalias
há tantas mães chorando as noites frias
e as procissões cruentas das cangalhas.
Quem há de retirar a cruz dos ombros
daqueles que palmilham sobre escombros,
dos miseráveis de um país em guerra?...
Quem há de controlar mentes insanas
e ideologias torpes soberanas
que há tanto tempo fazem mal a Terra?...