COMERCIAL DE MARGARINA
Como um comercial de margarina,
De fora, o casal era perfeito,
Não se vendo no pai nenhum defeito,
Nem na mãe, no menino e na menina.
A casa era coisa bem grã-fina
Com um jardim de cravo e amor-perfeito,
Causando o carro em todos o efeito
De nave que ao céus se descortina.
Usavam roupas únicas de grife
E os cães e os gatos nem comiam bife,
Se empanturravam só de caviar.
Até que se viu, nessa trajetória
Novelesca, o enredo de uma história
De terror que jamais entrou no ar.