SAUDAÇÕES

Toda manhã lhe dava um bom dia,

No meu sem jeito único, a encontrá-la.

E o bom dia mudava de escala

Sempre que ela sorria e eu sorria.

De bom dia a bom dia mais crescia

A ânsia de o sentir dotar de fala,

Mas, se o coração pouco se cala,

Ao vê-la, sempre a voz em mim sumia.

Nem sei bem quando veio o boa tarde,

Que ela disse, deixando grande alarde

No pensamento e o peito sob açoite.

Em um boa tarde foi-se a timidez,

E hoje, depois do amor feito, a vez

É de um enternecido boa noite.