VIDA DE CACHORRO

Talvez, eu seja mesmo um cachorrinho

Com ciúme não sentido por ninguém,

E não gosto dos dois que você tem,

Se com eles divido seu carinho.

Ao vê-la, torno o riso num rabinho

Pra balançar e dizer que quero bem,

Mas os seus dois abanam os seus, também,

E dos três, sempre, eu fico sozinho.

Nessa vida que levo de cachorro,

Um dia seus pestinhas mordo, ou morro,

Se por você, ou um ou outro me vença.

Mas sendo o cachorrinho que eu sou,

Para nunca perder o seu amor,

Talvez, viver de quatro eu me convença.