Por enorme que seja a minha luta
para fazer um verso de ouro puro,
uma luz que se acenda em meu escuro,
o doce saboroso de uma fruta;

 

por mais que seja assim, confesso, juro,
forças terei, sem me valer da bruta,
o sonho não me falta, na conduta,
que não falte o saber, nem falte apuro.

 

Fazê-lo, todavia, é só um sonho,
não tenho esse talento tão medonho,
não, como o têm alguns afortunados.

 

Apenas gostaria, por desvelo,
ou, talvez, por orgulho, para vê-lo
figurar no painel dos mais sonhados.

 

Raymundo Salles

 

 

 

Academia Brasileira de Sonetistas ABRASSO
Enviado por Academia Brasileira de Sonetistas ABRASSO em 13/10/2024
Reeditado em 13/10/2024
Código do texto: T8172301
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