A PARTEIRA

Talvez não houvesse luz para meus olhos

Não fosse, ungidas, suas habilidosas mãos.

Brotei do ventre, menino pagão

Como vinga da semente dura, os carvalhos.

 

Foi, conta minha mãe, um dia de dor

O culminar do estado interessante.

Um parto longo, como usar sextante

E encontrar no mar, o navegador.

 

Sim, navega-se na escuridão do parto

Ao buscar por ar, pela luz do quarto

Sem saber das dores da vida inteira.

 

Estava lá, como a cumprir seu dever

Que Deus incumbiu-a de fazer;

As mãos abençoadas, da parteira.

 

Haromax

 

 

Haromax
Enviado por Haromax em 01/10/2024
Reeditado em 07/10/2024
Código do texto: T8164476
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