O AMOR...
O amor não pede, sem licença entra,
E não sabendo bem o que ele é,
Querendo mais sentir do que saber,
O amante em gozá-lo se concentra.
Que seja uma paixão que ao peito adentra,
Se impondo a revelia, uma qualquer,
Ou escolha inconsciente, ele não quer
Saber, nada no ato o desconcentra.
O encontro importa mais do que a busca
De uma resposta para o grande enigma
Que a razão e a fé de um ser chamusca.
E se amar for da insânia o paradigma,
O amante, que no amor a vida ofusca,
Carrega da loucura o estigma.