PARCERIA

Como não te sorrir, se vens tão mansa?…

Silente e a passos lentos me acompanhas,

sem nada me exigir, sem artimanhas;

parceira a me seguir desde criança!…

E como não chorar pelas façanhas,

tornando-se retalhos de lembrança,

se a idade pesa o prato da balança

e não me deixa chances de barganhas?…

Mas sem queixumes vãos… e sem tolice!

Nascemos “um pro outro”, (eu e a velhice),

e se estou vivo e aqui, é o que interessa.

Acato as leis do tempo, de bom grado,

e até feliz em ter-te, do meu lado…

Se assim não for, eu morro mais depressa!