SONETO MERENCÓRIO

Se eu morrer sem nunca ver teu rosto,

Sem, da Modernidade, os intermédios…

Sem me curvar, dos Anos, aos assédios!

Nem dos teus lindos lábios, ter o gosto.

Ainda preso às mãos dos velhos tédios...

No mais chuvoso e flébil céu de Agosto,

Já entregue ao pranto, pela Dor, imposto,

Chamando, de amigos, meus remédios!...

Ante a miséria atroz de ser sozinho!

Riscando Angústias nesta erma caverna,

A maldizer tristonho o mor espinho,

Supondo, ter a alma, a vida eterna,

Em teu olhar eu colho o meu carinho

E abafo com teu riso, a voz interna…

(Queiroz Filho)

Queiroz F
Enviado por Queiroz F em 31/08/2024
Código do texto: T8140842
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