SONETO MERENCÓRIO
Se eu morrer sem nunca ver teu rosto,
Sem, da Modernidade, os intermédios…
Sem me curvar, dos Anos, aos assédios!
Nem dos teus lindos lábios, ter o gosto.
Ainda preso às mãos dos velhos tédios...
No mais chuvoso e flébil céu de Agosto,
Já entregue ao pranto, pela Dor, imposto,
Chamando, de amigos, meus remédios!...
Ante a miséria atroz de ser sozinho!
Riscando Angústias nesta erma caverna,
A maldizer tristonho o mor espinho,
Supondo, ter a alma, a vida eterna,
Em teu olhar eu colho o meu carinho
E abafo com teu riso, a voz interna…
(Queiroz Filho)