HOJE QUE SINTO A ALMA ABANDONADA

Hoje que sinto a Alma abandonada

Qual manco Cão errando pelas ruas,

Pesa-me ao peito a rude Madrugada;

Brilham-me aos olhos duas turvas luas…

Hemorragia, não foste estancada?...

Do derradeiro Amor, das dores cruas?...

E eis, lá, de novo, a Alma, arrastada

Como arrastei a Fé nas frases tuas…

Belíssima cantora dos meus Dias!

Oh! Ardente e atroz e infausta Feiticeira!

Se aos teus pés, entregue, me querias,

De consequência tal, foste certeira!

Cá, pois, nas solidões das Agonias,

Tua boca, do meu riso, é carcereira…

(Queiroz Filho)

Queiroz F
Enviado por Queiroz F em 31/08/2024
Código do texto: T8140825
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.