HOJE QUE SINTO A ALMA ABANDONADA
Hoje que sinto a Alma abandonada
Qual manco Cão errando pelas ruas,
Pesa-me ao peito a rude Madrugada;
Brilham-me aos olhos duas turvas luas…
Hemorragia, não foste estancada?...
Do derradeiro Amor, das dores cruas?...
E eis, lá, de novo, a Alma, arrastada
Como arrastei a Fé nas frases tuas…
Belíssima cantora dos meus Dias!
Oh! Ardente e atroz e infausta Feiticeira!
Se aos teus pés, entregue, me querias,
De consequência tal, foste certeira!
Cá, pois, nas solidões das Agonias,
Tua boca, do meu riso, é carcereira…
(Queiroz Filho)