CONFISSÃO

Minh' alma, do teu ser, é prisioneira!…

Meus olhos, dos teus olhos, são escravos!

Do Amor, tua voz, é a música fagueira,

E são beijos de amor, teus desagravos!...

Teu coração crepita qual lareira

A iluminar meus passos tão ignavos…

Curando, do meu ser, esta cegueira!

Fazendo-me o irmão dos vates bravos…

Longe de ti, não deixes-me, portanto!

No caule e não nas pétalas, há espinhos,

Pois a Beleza, mesmo em frágil encanto,

Escudo traz aos dedos mais mesquinhos!…

Por tal razão que eu sangro ao ver teu pranto,

Não pelos meus, mas por outros carinhos…

(Queiroz Filho)

Queiroz F
Enviado por Queiroz F em 31/08/2024
Código do texto: T8140815
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