CONFISSÃO
Minh' alma, do teu ser, é prisioneira!…
Meus olhos, dos teus olhos, são escravos!
Do Amor, tua voz, é a música fagueira,
E são beijos de amor, teus desagravos!...
Teu coração crepita qual lareira
A iluminar meus passos tão ignavos…
Curando, do meu ser, esta cegueira!
Fazendo-me o irmão dos vates bravos…
Longe de ti, não deixes-me, portanto!
No caule e não nas pétalas, há espinhos,
Pois a Beleza, mesmo em frágil encanto,
Escudo traz aos dedos mais mesquinhos!…
Por tal razão que eu sangro ao ver teu pranto,
Não pelos meus, mas por outros carinhos…
(Queiroz Filho)