EU
Eu que sou feio, sonso e desleal
A ti que és bela, tímida e assustada.
Nesta paixão, por mim, dissimulada,
Do meu capricho, a presa ideal
Tu foste em austera madrugada…
E eu que tivera orgulho de ser mal!
E te lançava em meu Mundo real
De genuína dor, do amor a nada!...
À sombra dos sicômoros sagrados,
Meu queixo frio, colado ao meu peito,
Suspenso feito frutos estragados,
Supus, num pesadelo tão perfeito!
Que os crimes meus, por ti, já perdoados
Fizeram-me, da Dor, o Mostro eleito!...
Queiroz Filho)