EU

Eu que sou feio, sonso e desleal

A ti que és bela, tímida e assustada.

Nesta paixão, por mim, dissimulada,

Do meu capricho, a presa ideal

Tu foste em austera madrugada…

E eu que tivera orgulho de ser mal!

E te lançava em meu Mundo real

De genuína dor, do amor a nada!...

À sombra dos sicômoros sagrados,

Meu queixo frio, colado ao meu peito,

Suspenso feito frutos estragados,

Supus, num pesadelo tão perfeito!

Que os crimes meus, por ti, já perdoados

Fizeram-me, da Dor, o Mostro eleito!...

Queiroz Filho)

Queiroz F
Enviado por Queiroz F em 31/08/2024
Código do texto: T8140813
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